Número de disputas mais do que dobra: sobe de 28 para 74 por corrida,
graças à asa móvel, ao Kers e aos pneus que se desgastam mais rápido
Monotonia e falta de disputas. Estas eram as principais queixas dos fãs da Fórmula 1 desde o fim da década de 1990, quando o lado aerodinâmico assumiu uma posição essencial no desempenho dos carros da categoria. Por isso, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) tentou várias soluções nos últimos anos, mas parece ter acertado no alvo em 2011. A asa móvel (DRS, Drag Reduction System na sigla em inglês), a volta do Sistema de Recuperação de Energia Cinética (Kers) e a adoção de pneus com maior desgaste aumentaram a média de ultrapassagens: de 28,8 em 19 corridas no ano passado para 74 nas quatro primeiras da temporada.
- O que está dando certo se torna indiscutível. Mas ainda não sou muito favorável à abertura da asa. As corridas estão melhores, sem dúvida. Não se pode dizer que não seja algo artificial, mas está dando certo. Acho mais artificial a asa móvel do que o desgaste dos pneus, porque não é muito justo o piloto da frente não ter defesa. O Kers já é um caso diferente – vem ao encontro dos desejos e necessidades da FIA de fazer um automobilismo menos agressor ao meio ambiente. É o lema "make cars green" ("Façam carros ecológicos") que já está valendo - lembra.
Ex-piloto de Fórmula 1 e atualmente na Stock Car, Luciano Burti crê que as novas regras são válidas para o show e elogia o aumento das ultrapassagens. Para o também comentarista da Rede Globo, alguns ajustes são necessários, mas ele discorda que as disputas estejam muito fáceis. Ele lembra o exemplo de Felipe Massa, que ficou preso atrás de Nico Rosberg na Turquia.
- Ficamos tanto tempo falando que não havia muitas ultrapassagens na Fórmula 1 e agora que acharam uma maneira de facilitar procuram motivo para criticar. Vamos usar a Turquia como exemplo. Falaram que algumas ultrapassagens foram fáceis demais, mas nem todas. Isso porque é um primeiro ano, questão de aprendizado. Bastaria diminuir um pouco a zona de uso da asa móvel e resolvia, mas não vejo isso como problema. Umas ultrapassagens foram fáceis e outras não. Felipe mesmo ficou preso atrás de outros carros e por isso discordo que seja um motivo para criticar. Criticamos tanto antes e agora que vemos o pau comendo tem gente falando mal.
Além da asa e do Kers, os pneus também desempenham um papel muito importante nas ultrapassagens. Com o desgaste excessivo, a Pirelli provocou um aumento no número de pit stops: na Turquia foram 82 por causa das poucas quebras. A diferença de velocidade entre um carro com compostos novos e um com usados é muito grande e cria alternativas para disputas.
Para Reginaldo Leme, o número da Turquia foi um exagero, mas os pit stops devem aumentar mesmo. Os pneus serão decisivos sim, mas a situação é a mesma para todos os pilotos.
- No caso dos pneus, evidentemente os 82 pits da Turquia foram um exagero. Mas isto se deveu também às poucas quebras. Por isso, 14 carros fizeram 4 paradas e todos os outros que se mantiveram na pista fizeram 3. Já houve corridas, daquelas exceções, com até mais paradas por carro, mas sem atingir o total de 82. A própria Pirelli admite que isso não deve mais ocorrer nesta temporada. A média deverá ficar em torno das 58 e 59 de China e Malasia, o que já é bastante. Artificial também? Sim, mas necessário e, pelo menos, igual para todos.
Lewis Hamilton venceu o GP da China após ultrapassar Sebastian Vettel no fim (Foto: Getty Images)
Em números absolutos, a temporada 2011 da Fórmula 1 tem tudo para entrar na história. Em apenas quatro GPs, a categoria já viu 296 ultrapassagens. É um número maior, por exemplo, que o de todo o ano de 2009, que marcou a estreia do Kers, com 244 em 17 corridas (14,4 de média). O melhor ano da categoria nos dois quesitos foi 1984, com 666 no total e 41,6 em cada uma das 16 provas. Na ocasião, a FIA impôs a redução dos tanques de combustível. O pior foi o de 1996, que não teve mudanças significativas de regulamento, com apenas 186 em 16 GPs - média de 11,6.Massa usa a asa móvel na Turquia (Foto: Getty)
Reginaldo Leme, comentarista da Rede Globo, diz que as corridas realmente melhoraram em 2011. Entretanto, ele acha que o uso da asa móvel apenas por quem ataca torna as disputas um pouco injustas. De acordo com o regulamento deste ano, apenas o piloto que está atrás, a menos de um segundo do rival, pode usar o DRS em uma área pré-determinada nas corridas.- O que está dando certo se torna indiscutível. Mas ainda não sou muito favorável à abertura da asa. As corridas estão melhores, sem dúvida. Não se pode dizer que não seja algo artificial, mas está dando certo. Acho mais artificial a asa móvel do que o desgaste dos pneus, porque não é muito justo o piloto da frente não ter defesa. O Kers já é um caso diferente – vem ao encontro dos desejos e necessidades da FIA de fazer um automobilismo menos agressor ao meio ambiente. É o lema "make cars green" ("Façam carros ecológicos") que já está valendo - lembra.
Ex-piloto de Fórmula 1 e atualmente na Stock Car, Luciano Burti crê que as novas regras são válidas para o show e elogia o aumento das ultrapassagens. Para o também comentarista da Rede Globo, alguns ajustes são necessários, mas ele discorda que as disputas estejam muito fáceis. Ele lembra o exemplo de Felipe Massa, que ficou preso atrás de Nico Rosberg na Turquia.
- Ficamos tanto tempo falando que não havia muitas ultrapassagens na Fórmula 1 e agora que acharam uma maneira de facilitar procuram motivo para criticar. Vamos usar a Turquia como exemplo. Falaram que algumas ultrapassagens foram fáceis demais, mas nem todas. Isso porque é um primeiro ano, questão de aprendizado. Bastaria diminuir um pouco a zona de uso da asa móvel e resolvia, mas não vejo isso como problema. Umas ultrapassagens foram fáceis e outras não. Felipe mesmo ficou preso atrás de outros carros e por isso discordo que seja um motivo para criticar. Criticamos tanto antes e agora que vemos o pau comendo tem gente falando mal.
Adrian Sutil ultrapassa Michael Schumacher durante o GP da Turquia de Fórmula 1 (Foto: Getty Images)
Desgaste dos pneus é decisivo no aumentoAlém da asa e do Kers, os pneus também desempenham um papel muito importante nas ultrapassagens. Com o desgaste excessivo, a Pirelli provocou um aumento no número de pit stops: na Turquia foram 82 por causa das poucas quebras. A diferença de velocidade entre um carro com compostos novos e um com usados é muito grande e cria alternativas para disputas.
Para Reginaldo Leme, o número da Turquia foi um exagero, mas os pit stops devem aumentar mesmo. Os pneus serão decisivos sim, mas a situação é a mesma para todos os pilotos.
- No caso dos pneus, evidentemente os 82 pits da Turquia foram um exagero. Mas isto se deveu também às poucas quebras. Por isso, 14 carros fizeram 4 paradas e todos os outros que se mantiveram na pista fizeram 3. Já houve corridas, daquelas exceções, com até mais paradas por carro, mas sem atingir o total de 82. A própria Pirelli admite que isso não deve mais ocorrer nesta temporada. A média deverá ficar em torno das 58 e 59 de China e Malasia, o que já é bastante. Artificial também? Sim, mas necessário e, pelo menos, igual para todos.
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